(Mestres) Paredes e afins reinventados

Cordis – Cordis

 


Combinando o piano de Paulo Figueiredo e a guitarra portuguesa de Bruno Costa, os Cordis acabam de lançar este seu disco homónimo de estreia. Este projecto de Coimbra interpreta essencialmente temas do extraordinário legado de Artur e Carlos Paredes, dando-lhes novas roupagens. Com arranjos particularmente requintados, contribuindo naturalmente para isso o som muito bonito do piano, e com esse extraordinário instrumento que é a guitarra portuguesa, o produto final é genericamente bastante bom (destaque para as óptimas interpretações de “Sede e Morte”, “Canto de Amanhecer” e “António Marinheiro” de Carlos Paredes).

 

Para além do património Paredes, os Cordis prestam ainda homenagem a outras duas grandes referências pessoais: António Portugal, através da revisão de “Valsa por um tempo que passa”, e Jorge Gomes, de quem interpretam “Maio de 78”. No que se refere a temas originais, há apenas um, residindo uma das grandes surpresas do disco. Pelo facto de existir um só original, “Caminhos (percurso de vida)” podia ser apenas uma forma de timidamente os Cordis darem a conhecer a música por si composta (neste caso elaborada pelo guitarrista Bruno Costa). No entanto, é muito mais que isso. O tema é de tal forma bom, a combinação do piano e da guitarra é de tal modo perfeita, que não sobressai negativamente no contexto do disco, ou seja, parece que estamos a ouvir mais uma adaptação de um brilhante tema de um dos membros destacados da família Paredes, o que demonstra a enorme qualidade da faixa e nos faz ter pena que este breve momento de novidade musical não se estenda a outros espaços do disco. Em todo o caso, que a música que aqui temos se escuta sempre com um enorme prazer, isso é algo absolutamente inquestionável.

 

 

P.S. Os Cordis apresentaram este disco no Pavilhão Centro de Portugal no dia 12 de Setembro, num concerto marcado pela presença de diversos convidados e do qual podem saber mais no próximo número da revista MACA (Magazine de Arte de Coimbra e afins)  

 

(texto inicialmente publicado em www.artesanatosonororuc.blogspot.com)

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Uma resposta a (Mestres) Paredes e afins reinventados

  1. Tiago Fernandes diz:

    Carlos Paredes é um nome enorme da música portuguesa. O legado que deixou é tão importante que não dá mesmo para traduzir em palavras. Resta naturalmente ouvir a sua música. A guitarra deste senhor fala e é uma guitarra com génio. Há uns dias, tropecei num trabalho interessante sobre Paredes. Fica a sugestão:
    http://cotonete.clix.pt/quiosque/especiais/carlosparedes/index.asp

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