Chavez, o mediático

O Presidente venezuelano é, já se sabe, um mestre na arte do espalhafato.

Agora, em resposta a uma incursão das tropas colombianas em território equatoriano – que resultou na morte do porta-voz e número 2  das FARC Raúl Reyes – Chavez, irado, manda o ministro da defesa enviar tropas para a fronteira com a Colômbia, que passa agora a considerar inimiga:

“Señor Ministro de Defensa, mueva-me 10 batallones hasta la frontera con Colombia”

E ameaça:

“Si a usted se le ocurre hacer eso en Venezuela, presidente Uribe, le mando unos Sukhoi, compañero”

Uma plateia, convenientemente vestida à imagem do líder (de camisa vermelha), aplaude, em extase!

Hugo Chavez, qual Maestro, de batuta na mão, coordena livremente a política na região. Ao longo dos seus mandatos, tem vindo a tecer uma teia de aliados (Cuba, Bolívia,  agora o Equador…), dos quais se serve para levar a cabo a sua táctica dissimulada.

O problema é quando alguém o decidir levar a sério. A Venezuela é como um cão pequeno: ladra muito, mas morde pouco. Até porque não pode. O seu poder militar é , por exemplo, bastante menor do que o da vizinha Colômbia que agora ameaça (pese, no entanto, o facto de esta se encontrar “encravada” entre a Venezuela e o Equador).

Entretanto, enquanto os países “irmãos”, Venezuela e Equador, agem em sintonia (ambos deslocaram as trocas para a fronteira, ambos mandaram retirar o embaixador da Colômbia), a Colômbia contra-ataca, denunciando à ONU os dois países – e em particular Chavez, o “cabecilha” – acusando-os de  albergar terroristas, o que viola uma norma internacional. Menos oficial, mas ainda de referir, a Polícia colombiana acusa Chavez de fazer acordos monetários (300 Milhões de dólares) com as FARC. Desconheço a veracidade da alegação, mas explicaria o surpreendente e “heróico” sucesso de Chavez a lidar com os terroristas.

A novela promete durar. E promete, também, como boa novela, “engonhar”. Não é do interesse de ninguém, muito menos de Chavez, partir para uma luta armada. Pode, contudo, sair fragilizado o processo de negociação com as FARC, agora que os “irmãos” andam de “candeias às avessas” e a França diz que Raúl Reyes era o seu principal contacto para libertar Ingrid Betancourt.

Advertisement
Esta entrada foi publicada em Uncategorized. ligação permanente.

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s