Eu até que trocava o Sócrates pelo Berlusconi. Pelo menos a vida do conterrâneo de Marco Bellini (engraçado que o simpático cozinheiro de lasanhas da Iglo me tenha vindo à cabeça antes de Dante, Miguel Ângelo, Da Vinci, etc.) é uma vida com que qualquer um sonha: um sobretudo azul e um charuto, festas de total deboche, garrafas de champagne francês, passeios de Iate pelo Mónaco, enfim… Cada vez que pagasse IVA ou o IRS (se já trabalhasse) imaginaria que estaria a proporcionar – apesar de não ter direito a ele – um verdadeiro vaudeville.
Já a vida do nosso primeiro parece uma coisa completamente entediante. Enfiado em reuniões com o grupo parlamentar do PS (com aquele tipo açoriano com ar de gerente de um Stand de usados), para ir depois depenicar um magret de pato ao Hotel Altis, ou qualquer coisa que envolva uma redução de vinagre, “o último grito”, enfim…
Se era para estoirar o dinheiro dos contribuintes em negociatas (até podia repetir a palavra negociatas umas 20 vezes com links diferentes, mas o arguto leitor já terá percebido, certamente, o sentido da coisa), ao menos que levasse uma vida digna de um verdadeiro empresário russo. Isto de usar a “coisa pública” para passear pela A1 e comprar fatos Armani é, no mínimo, uma falta de imaginação terrível. Nem na ausência de descaramento estamos em primeiro: é assim uma coisa… remediada, pronto.