Porque há cada vez menor preocupação pela qualidade de ensino e se considera a educação como uma despesa e não como um investimento…
Porque, com os ataques sucessivos que a docência tem sofrido e com o seu progressivo descrédito, há cada vez mais colegas a pedir a reforma e a mudar de profissão e menos estudantes a seguir a via de ensino…
Porque desta avaliação de desempenho ao Estatuto do Aluno, passando pelos mega-agrupamentos e pelo encerramento das escolas, os últimos governos têm cometido um conjunto de disparates e de perversidades que estão pouco a pouco a enterrar a educação pública em Portugal…
Porque o sistema educativo é cada vez mais uma farsa administrativa e estatística, em que os professores tendem a ser meras marionetas…
Que susto! Li e pensei que: acho que é no Brasil
Que susto! Li o artigo e pensei: só pode ser no Brasil!!!
Estamos com os mesmos problemas aqui.
Parágrafo 1: porque os sindicatos da educação e a maioria dos professores também não se preocupam com a qualidade e veêm o seu trabalho como uma fonte de rendimento que é tanto mais eficaz, quanto menos trabalharem
Parágrafo 2: porque muitos se habituaram, durante a anos, a trabalhar muito pouco, e de repente são obrigados a trabalhar mais(sabendo que trabalhar mais não é necessariamente trabalhar melhor!!!)
Parágrafo 3: porque não há quem(governos, sindicatos e profissionais) aceite que os resultados dos alunos têm que contar para a avaliação de quem os ensina
Paragrafo 4: tendo a sua maioria colocado-se a jeito…
Em tempos de grave crise, com consequências que podem vir a ser brutais, os professores, que já conseguiram que se gaste com eles uns bons milhôes de euros porque “são todos bons, muito bons ou excelentes”, aínda querem mais regalias que os outros( subsidio de alojamento e transporte!!!!!). Tenham juizo!!
NOTA: estudei em turmas com cerca de 30 alunos e não tenho nada a reclamar desse facto; eu e muitos dos meus colegas temos melhor formação que a maioria dos que estudaram em turmas mais pequenas—isso não faz parte do problema da educação, faz sim parte da agenda dos sindicatos para que haja mais professores a trabalhar…(tambem vou pedir que me limitem o nº de doentes diários…talvez uns 3, para aumentar a qualidade do serviço….)
1. A questão é que, com este sistema, quem menos trabalha e menos se preocupa é quem melhor se safa.
2. Não é a trabalhar melhor, nem mais. Quem quiser trabalhar pouco, quem quiser ser incompetente, pode continuar a sê-lo. Desde que dê boas notas, naturalmente.
3. Sabendo que não defendes que sejam as notas que os próprios professores atribuem a contar para a sua avaliação, penso que te referes à avaliação externa. Ora, também não pode ser em termos absolutos, porque comparar os resultados de uma escola fina de Cascais com uma problemática da Amadora é de uma injustiça tremenda. Se for na relação entre as notas atribuídas pelo professor e as dos exames já fazia algum sentido, só que a questão é que haveria grandes discrepâncias entre disciplinas, visto que o tipo de avaliação externa varia muito. Quanto a isso, julgo que estaremos de acordo numa coisa: devia haver muito mais exames, para que haja uma verdadeira regulação da aprendizagem. Só que como o objectivo é diplomar a ignorância…
4. Só se colocou a jeito quem se preocupa. Os outros continuam na maior. O objectivo
e simples: arrumar com o sistema educativo público ou pelo menos torná-lo ensino de 3ª categoria.
Nota: Sim, Paulo, turmas mais pequenas é essencial. Num ensino que se pretende tendencialmente individualizado (um mero chavão), ensinar Matemática a 30 alunos em simultâneo (um exemplo), com níveis de aprendizagem e dificuldades muito diferentes, é quase uma miragem. Relativamente à Matemática, até acho mais: deveria haver desdobramento da turma em pelo menos um tempo semanal.
E sim, deveria haver também limitação de doentes. Já tive duas experiências de fisioterapia, enquanto doente, e o tratamento é muito mais personalizado se o terapeuta estiver a acompanhar 2 ou 3 pacientes em simultâneo do que 7 ou 8.