A Festa do Chibo é um retrato poderoso e intenso do peruano Mario Vargas Llosa, baseado na implacável ditadura de Rafael Trujillo na República Dominicana (1939-1961). Percorrendo em paralelo o rumo do próprio Trujillo, dos seus conspiradores e, vários anos depois, da filha de um trujillista caído em desgraça, o livro explora de forma veemente a cultura de medo, vassalagem e servidão criada pelo ditador (absolutamente perturbadoras as cenas envolvendo a oferta sexual de Uranita Cabral ao chefe), a tortura diabólica, o lado mais psicológico do regime despótico, a hipocrisia das administrações americanas e da igreja católica em relação aos direitos humanos (embora não seja uma novidade) ou os truques oportunistas daqueles que se “adaptaram” no pós Era Trujillo (ou o “Triunfo dos Porcos”, citando Orwell). É uma obra extensa, mas dada a linguagem fluente e a intensidade da história, lê-se com uma enorme facilidade. Leitura (mais que) obrigatória
“Trujillo é um filho da puta. Mas ele é nosso filho da puta”, Cordell Hull, Secretário de Estado Norte-Americano (1933-1944) e Prémio Nobel da Paz (1945)
Brutal! Ia começar esse para a semana, ouço dizer que é dos melhores do Llosa!
Começo logo assim que acabar o que estou a ler agora, que aproveito para recomendar: “Um Mundo sem Regras”, de Amin Maalouf. Do mesmo autor, sugiro ainda “Cruzadas vista pelos Arábes” e, sobretudo, “Samarcanda” que consta entre os meus livros preferidos.
Em Portugal ha muitos chibos…