Depois dos discos e das músicas, eis, completamente fora de tempo, a 3ª e última parte do balanço musical de 2009.
CONCERTOS:
1. Mogwai (Aula Magna, Lisboa)
2. Kimmo Pohjonnen (Festival MED Loulé)
3. Justin Adams & Juldeh Camara (Festival MED Loulé)
4. Franz Ferdinand (Festival Paredes de Coura)
5. Bassekou Kouyate & Ngoni Ba ( Festival Tom de Festa)
6. Mulatu Astatke & The Heliocentrics (LX Factory)
7. Hanggai (FMM Sines)
8. Dodos (Santiago Alquimista, Lisboa)
9. Kings of Convenience (Coliseu dos Recreios, Lisboa)
10. All-Star Project (Via Latina, Coimbra)
(menções honrosas para Siba, Rokia Traore, Cyro Baptista, Oumou Sangare, Rodrigo Leão,…)
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FABULOSOS ÁLBUNS DE 2008 QUE SÓ DESCOBRI EM 2009
Rocketothesky – Medea
Noiserv – One Hundred Miles From Thoughtlessness
Siba – Toda a Vez que eu Dou um Passo o Mundo sai do Lugar
Seun Kuti – Many Things
Deerhunter – Microcastle / Weird Era Continued
DISCOS ACLAMADOS DE 2009 QUE NÃO ME ENTUSIASMARAM MINIMAMENTE
Dirty Projectors – Bitter Orca
Fever Ray – Fever Ray
Neon Indian – Psychic Hearts
Dan Deacon – Bromst
Micachu & the Shapes – Jewellery
ALGUMAS SURPRESAS DO ANO
– Discos de estreia de Girls, Real Estate, XX, Bibio, Staff Benda Bilili, …
– Antlers e Phoenix– já depois de alguns álbuns editados, atingiram em 2009 a aclamação da crítica e saltaram directamente para as listas de melhores discos do ano;
– Laia – impressionante como o post-rock e as linguagens tradicionais portuguesas podem combinar tão bem;
– Hanggai – muito mais do que a imponência e o impacto das vozes tuva, surpreendeu em Sines a enorme noção de espectáculo deste grupo da Mongólia. Vibrante.
– Festival MED Loulé – grande festival, com alguns dos concertos do ano e com um enquadramento de espaço notável, ocupando maravilhosamente toda a zona histórica de Loulé
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ALGUMAS CONFIRMAÇÕES DO ANO:
– depois de um óptimo disco de estreia (Fur and Gold de 2006), Bat For Lashes acabou com as dúvidas a propósito do seu enorme talento, no arrebatador e habitualmente difícil segundo trabalho discográfico;
– a inspiração e até o espírito de reinvenção dos Flaming Lips, com um disco tão difícil, como brutal;
– a abordagem menos experimental, mais pop e mais solarenga dos Animal Collective. Um álbum e um EP notáveis colocam-nos como uma das principais bandas de 2009;
– Kimmo Pohjonnen e Dodos ao vivo – o primeiro mostra que consegue ser tão bom ou melhor na forma clássica e harmoniosamente orquestral do que numa perspectiva visceral; os segundos mostraram que, mesmo com um álbum menor, ainda mantém a cadência e a enorme frescura da primeira passagem por Portugal
– FMM Sines – mesmo num ano musicalmente mais fraco, o FMM afirmou-se para mim como um espaço único de partilha e comunhão por via da música, sem conflitos e mantendo um ambiente familiar invejável para qualquer festival de dimensão média ou elevada;
ALGUMAS DECEPÇÕES DO ANO:
– os últimos discos dos Yeah Yeah Yeahs e Andrew Bird. Não sendo maus discos, esperava mais de gente que fez alguns dos álbuns mais marcantes da década
– os discos a solo de Julian Casablancas dos Strokes e de Paul Banks dos Interpol. Ora pejorativamente mais comerciais, ora uma recriação pobre do que já fizeram de tão bom nas suas bandas principais;
– as mortes de João Aguardela e de António Sérgio. Perdas irreparáveis nos domínios da criação musical e da divulgação radiofónica, partilhando o facto de não temerem o risco e o arrojo de pensarem diferente, sem barreiras ou complexos;
– Toumani Diabaté ao vivo – com uma banda pouco coesa e com um entertainer mais que dispensável desapontou um pouco as minhas elevadas expectativas inicias. Valeram os temas a solo e um outro tema com a banda para que , ainda assim, a decepção tenha estado longe de ser total;
– Massive Attack ao vivo – muito mais por culpa do espaço em que vi o concerto e do desinteresse de algum do público envolvente do que da banda e dos convidados musicais, certo é que não se concretizou a experiência de forte impacto sensorial prevista anteriormente