Eis a minha tomada de posição, apresentada ou a apresentar nos diversos conselhos de turma de que sou membro, em que, no âmbito das provas de recuperação, decido deixar de ser marioneta deste perverso sistema educativo:
Ao longo de dois períodos, o professor João Torgal realizou diversas provas de recuperação. Em muitos dos casos, os alunos ignoraram em absoluto a respectiva prova ou nem sequer compareceram na aula respectiva, o que, sem uma justificação célere e segundo o ponto 5 do artigo 22º do Estatuto do Aluno, seria motivo para reprovação imediata. No entanto, embora os problemas de assiduidade sejam bastante frequentes em muitas escolas, o registo de retenções com estes pressupostos é extraordinariamente reduzido, seja pela permissividade da lei em algumas circunstâncias, seja pela intervenção indevida e desadequada dos respectivos Conselhos de Turma e Conselho Pedagógico, com a cumplicidade e o apoio tácitos do Ministério da Educação. Aliás, o funcionamento deste sistema tem sido de tal modo polémico e pouco eficaz que a própria tutela actual do Ministério da Educação se encontra a rever este ponto do Estatuto do Aluno, já havendo fortes indícios de que as provas de recuperação vão ser efectivamente revogadas.
Assim sendo, o Professor João Torgal anuncia que se recusa a realizar qualquer tipo de prova de recuperação no 3º período, deixando de pactuar com uma farsa processual e legislativa, que pretende apenas legitimar pela via burocrática e de modo nada transparente a impossibilidade quase absoluta de qualquer aluno reprovar por faltas. Trata-se, acima de tudo, de uma questão de princípio, assumindo o professor de consciência tranquila as consequências naturais dos seus actos.
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Para que fique claro, efectuei uma ligeira reformulação da minha posição. Assim:
“Assim sendo, o Professor João Torgal anuncia que se recusa a realizar qualquer tipo de prova de recuperação no 3º período…”
passa a ser substituído por:
“Assim sendo, o Professor João Torgal anuncia que se recusa a realizar, no 3º período, provas de recuperação reincidentes a alunos que tenham reprovado ou faltado sem justificação às mesmas….”
Não muda muita coisa em termos práticos, mas, mantendo a minha posição de princípio, tenta ser ligeiramente menos polémica, mais consensual e mais moldável à lei do que era a minha posição inicial.
Se a maioria dos professores agisse de forma coerente com o objectivo de ensinar, tomando posições como essa, a educação estaria menos mal e a percentagem de profissionais “BONS” seria um pouco maior…Mas não. Como são todos bons, nada disso é necessário…
fiquei de recuperaçao de portugues como fazer pra tira boa nota..