Ainda mais difícil do que nos álbuns, aqui fica a minha escolha das 30 músicas do ano passado:
MÚSICAS DO ANO:
30. Bear in Heaven – Beast in Peace
Depois de uma impressionante percussão inicial em crescendo, num registo de epopeia medieval, eis que se obtém um extraordinário tema rock, com um ambiente bem bem sombrio.
29. Riceboy Sleeps – Happiness
Num disco algo repetitivo, a beleza subliminar no minimalismo do projecto paralelo de Jon Dor Birginsson dos Sigur Ros.
28. Tune Yards – Sunlight
Sujidade noise em construção pop, em progressão até um belíssimo final de revolta e de caos.
27. Pains of Being Pure at Heart – Young Adult Friction
Deliciosamente descarável. Se a “teen pop” fosse um bom conceito e não um acumulado de mediocridades, o resultado era isto.
26. Bat For Lashes – Glass
Two Suns é muito mais do que o grande single “Daniel”. “Glass tem garra, melancolia e negrume em doses certas. E é muito, muito bom.
25. Oumou Sangare – Seya
Com todos os condimentos dos melhores temas da diva do Mali: espiritualidade, cadência africana e o poder da sua grande voz.
24. Girls – Hellhole Retrace
A receita para repetir vários minutos a mesma nota e as mesmas notas, acrescentando apenas sucessivamente sons e intensidade. Ou seja, a perfeita ode arrastada e depressiva.
23. Laia & Cipriano Mesquita – Abater
A fusão improvável entre o post-rock e a guitarra portuguesa, com um resultado extraordinariamente coeso.
22. Bibio – Cry Baby
Alternando uma melodia muito bonita e melancólica, com toques jazzisticos algo psicadélicos, eis a escolha maior de um disco genialmente eclético.
21. Whitest Boy Alive – Islands
Com um groove electrónico vibrante, fecha da melhor forma o algo monocórdico disco do projecto paralelo de Erlend Oye.
20. Orchestre National du Jazz & Rokia Traore – Alifib
Surpreendente recriação jazzística de um dos clássicos de Robert Wyatt, aprumada com a maravilhosa voz de Rokia Traore.
Orchestre National du Jazz & Rokia Traoré – Alifib
19. Uxukalhus – Tamurriata do Caldeirão
Com o arrojo do costume e com a inclusão de elementos orientais, se faz um grande tema “subversivo”.
Uxukalhus – Tarrumiata do Caldeirão
18. Air – Tropical Disease
O ambientalismo requintado habitual, tonalidades tropicais, música de genérico de desenhado, sedução vocal… No fundo, um dos melhores temas dos Air dos últimos tempos.
17. Pick a Piper – Yellow Knife
Apostando numa percussão reforçada e em toadas quase épicas, eis um grande tema extraído de um EP surpreendente e infelizmente pouco conhecido.
16. Animal Collective – Bluish
Nem “My Girls”, nem “Summertime Clothers”, a minha preferência no grande disco dos Animal Collective vai para este portento pop
15. Atlas Sound & Noah Lennox – Walkabout
Gande tema a cargo de dois dos mestres da experimentação sonora da actualidade, com vocalizações cheias de fulgor e uma brilhante sensibilidade pop
14. Antlers – Sylvia
Depois da introspecção inicial, há um fabuloso falsete que prenuncia a explosão épica e que confirma estarmos perante um grande tema.
13. St. Vincent – The Strangers
Brilhante abertura de Actor com harmonias etéreas, fundo electrónico e um fabuloso crescendo final.
12. Julian Plenti is… Skyscraper – Skyscraper
Num disco fraquinho, eis uma melodia maravilhosa, com uma secção de cordas e um sentido de classicismo notáveis.
11. Grizzly Bear – Two Weeks
De tal forma orelhuda e com um sentido pop de excelência, que chegou a um anúncio de uma marca automóvel. Ainda bem.
10. Animal Collective – What Would I Want Sky
Num ano em que fazem um dos discos de referência, o seu melhor tema é de um EP, através de uma brilhante epopeia de experimentalismo pop. É obra
9. XX – Night Time
Pelo contraste e pela melancolia envolvente, é em “Night Time” que a música dos XX consegue ser mais intensa e emocional.
8. Alela Diane – White as Diamonds
Mais do que em qualquer outro, é neste tema que se nota na perfeição a beleza e a doçura da voz límpida da cantautora, numa magnífica composição folk.
7. Rodrigo Leão & Neil Hannon – Cathy
Juntando dois grandes compositores, com um grande sentido estético, o resultado só poderia ser notável.
6. Tony Allen – Ijo
Uma pérola afrobeat num disco irregular do mestre do ritmo.
5. St. Vincent – The Party
Num disco de pop electrónica com rasgos noise, ganha destaque uma maravilhosa balada ao piano, com um final em coro arrebatador e muito bonito.
4. Staff Benda Bilili – Moziki
Tema maior de um genial e irresistível disco de música afro-latina. E aquele instrumento de uma só corda…
3. Bat For Lashes – Daniel
Aforma ideal de, com arranjos apurados e com um sentido emocional forte, transformar um tema simples num brilhante single.
2. Phoenix – Love Like a Sunset
Construção electrónica complexa, com um crescendo notável…relaxando depois com a maravilhosa elegia pop final.
1. Fool’s Gold – Surprise Hotel
Viciante e irresistível. Mais palavras para quê: a ode ao ritmo dos Fool’s Gold é tema do ano.
Pingback: Balanço músical de 2009 (3ª Parte) « A Mesa de Café
Pingback: Balanço musical de 2009 (Parte 3) « A Mesa de Café
Pingback: cinco dias » Recordar é viver…