“Up in the air”

Gostei do filme “Up in the air”, de Jason Reitman. Gostei, particularmente, do facto do espectador ser constantemente atirado de cima para baixo e de baixo para cima. Na primeira parte do filme, é nítido que tudo se passa de cima para baixo. A personagem principal vive “up in the air”, metafórica e literalmente, e tece uma série de considerações sobre aqueles que vivem lá em baixo e sobre o que devem fazer para ir para junto dele. Os que estão cá em baixo, porém, não conseguem fazê-lo – têm filhos para educar e cuidar, perderam o emprego, enfim, o diabo.  A profissão de George Clooney no filme é a de “acalmar os ânimos” dos recém-desempregados, colocá-los, no fundo, um pouco “in the air” para que momentaneamente se não recordem do que significa um despedimento para eles que vivem “agarrados” ao chão. O problema surge quando a personagem principal deixa de ver qualquer significado em prosseguir o que até aí tinha sido o seu projecto de vida: atingir 10 milhões de milhas aéreas. Este sonho é a materialização do desprendimento total. A personagem do actor quer, portanto, deixar de estar “in the air”,vulgo, quer criar raízes. Não pode, porém. Apercebe-se que chegou tarde? Bem, não estamos certos disso. O desfecho é bastante “niilista”. Cá em baixo não se está muito melhor que lá em cima, quer a escolha seja feita atempada ou extemporaneamente.

Por cá tudo na mesma. Excepto quanto às providências cautelares: as coisas aí não estão muito bem porque, ao que parece, as providências cautelares são instrumentos de censura, ainda que aplicadas por um juiz, e consubstanciam um atentado aos princípios do Estado de Direito e não uma evidência dos mesmos. Salazar, por exemplo, quando censurava os meios de comunicação requeria sempre uma providenciazinha cautelar.

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Uma resposta a “Up in the air”

  1. joana nunes vicente diz:

    ó marta como é que o filme acaba?eu estava a gostar mas adormeci a poucos minutos do fim(qd ele estava a abdicar das milhas)e a amiga do lado tb.ficamos fulas!coisas da 3ª idade…

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