Mumia Abu-Jamal é um dos mais famosos condenados à morte existentes nos Estados Unidos da América. Lutador incansável pela causa anti-racista, foi incriminado em 1982 por ter supostamente assassinado um polícia em Philadelphia, quando este espancava violentamente o seu irmão. Segundo relatos diversos, o processo foi marcado por enormes irregularidades e por um lógica de profunda discriminaçáo e racismo, uma realidade dramática com uma tradição histórica nos estados mais conservadores norte-americanos (o Mississipi é um dos exemplos mais paradigmáticos). No fundo, é o lado negro da America do sonho, da liberdade e do progresso, tão bem ironizada por Lars Von Trier na inacabada trilogia “America – the land of the opportunities”.
Depois de um caminho sinuoso para travar o processo, marcado por obstáculos bem perversos, pelo activismo de Mumia na defesa dos direitos humanos, por diversas manifestações populares e por fortes apelos de clemência das mais variadas instituições e personalidades famosas, esta condenação à morte foi cancelada em 2008, sendo transformada provisoriamente em pena pérpétua e havendo lugar a um novo julgamento. No entanto, houve um volte-face nesta questão e essa decisão foi recentememte anulada. Neste contexto, surgiu no início deste ano uma petição mundial, dirigida ao Presidente Barack Obama, para definiticamente salvar a vida de Mumia Abu-Jabal. Alguns dados complementares sobre este caso e o link para a petição podem se encontrados no seguinte endereço:
http://cma-j.blogspot.com
Para além desta situação particular, esta é mais uma oportunidade de denunciar a medida bárbara que é a pena de morte que, para além de outros argumentos fortes para a criticar, matou e continua a matar inúmeros inocentes um pouco por todo o Mundo, fruto de leis eticamente reprováveis, de manipulação de factos ou simplesmente de erros graves de justiça.