Não se compreende o silêncio de Cavaco. Não se compreende. É mau porque se trata de um assunto gravíssimo, é mau porque não pode haver este tipo de promiscuidade entre as instituições, mas acima de tudo é mau porque deixa uma suspeita incómoda: toda gente sabe que Cavaco nutre grande simpatia (política e não só) por Manuela Ferreira Leite, que escolheu como um dos temas centrais da campanha nada mais, nada menos que o tema da… asfixia democrática. Ora, sem querer – ou melhor: querendo – lançar a polémica, fica a pergunta: tem o eleitor razão ou não para desconfiar de uma campanha pelo PSD a la Cavaco, vulgo… silenciosa? Depois de todas as suspeitas que recaem sobre Sócrates no que toca a este assunto, pode ou não haver eleitorado influenciado por esta questão? Se Cavaco sabe de alguma coisa que nós não sabemos tem a obrigação de falar: se há suspeitas fundadas em Belém e razões sérias para desconfiar de Sócrates e não votar nele, o país precisa de saber. Se toda esta história não passa de um delírio sabiamente aproveitado por José Manuel Fernandes, o país precisa de saber. O país precisa de saber. Ponto.
Escrevi este post ontem mas só pude publicá-lo hoje; é óbvio que à hora a que o publico Cavaco (já) não vai falar… O pior erro que cometeu enquanto PR, quanto a mim.