Pontos Contra Pontos

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1. Durante um almoço tardio, qual não é o meu espanto quando surge Pacheco Pereira a ler um teleponto, assim numa de Pacheco Pereira meets Jorge Gabriel. O programa: “Ponto Contra Ponto”, na SIC Notícias. Fazendo um esforço para não me engasgar, assisti ao programa todo com um misto de incredibilidade e cepticismo. Eis o que me parece: se é bastante útil ter alguém como Pacheco Pereira a explicar naquele tom paternal às pessoas o que são e não são “favores” na comunicação social, não me pareceria despiciendo que houvesse alguém a fazer o contraponto de… Pacheco Pereira. Coincidência ou não, o “índice do Situacionismo” (expressão que evitou a todo o custo utilizar durante o programa) versa sempre sobre hipotéticos “favores” prestados ao PS e quejandos, sendo o clímax as peças em que Manuela Ferreira Leite é criticada por alguma razão. Ora, eu não tenho a mínima dúvida que… 20% daquilo que Pacheco Pereira considera “situacionismo” (expressão que, como já referi, é convertida para “mau serviço de jornalismo” no seu… show) o é efectivamente. O que me causa uma certa perplexidade é a ingenuidade (se é que me entendem) de achar que no PSD e afins não há favores semelhantes. Fazer o efectivo contraponto ou não o fazer é a diferença entre um bom serviço público de informação e um lamentável tempo de antena “concedido” ao PSD.

2. Não há palavras para classificar aquelas que são as questões mais debatidas pela comunicação social em horário nobre. Depois da Casa Pia, da Maddie, da Gripe das Aves, da Gripe Suína (faltam-me bastantes pelo meio) eis que surge… o Martim. O Martim, como todos os fait divers que enumerei (e alguns não eram bem, eram até assuntos bem relevantes…) é apenas e só mais uma novela, como tantas outras que se fabricam, para audiências. Será que temos mesmo alguma necessidade oculta de ficar informados sobre a carta, o quartinho, os azulejos da casa de banho e a peregrinação a Fátima? O mais flagrante é a própria evolução dos casos, como se de uma novela se tratasse! Parece mesmo um story line concebido por argumentistas: um dia a menina acampa, noutro vai para casa, noutro vai à Fátima… enfim: uma série de obstáculos que o protagonista tem de vencer para conseguir o seu objectivo final, que aparece sempre bem definido: neste caso, é óbvio que é recuperar a criança. Atenção que não me estou a pronunciar directamente sobre o caso, apenas sobre o aproveitamento mediático que se faz destes happenings, transvestidos em informação.

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3. No ano em que o “Walkman” faz 30 anos, chega-nos pela BBC uma reportagem caricata, sobre um miúdo de 13 anos que troca o seu iPod por um Walkman durante uma semana. Desde os aspectos mais técnicos (em que o Walkman marca pontos, nem que seja pelas duas portentosas saídas de auscultadores), até à reacção que carregar uma aparelho destes em pleno séc. XXI desperta nas pessoas, vale a pena dar uma olhadela na reportagem. O “Walkman” ainda fez parte das nossas vidas (quem não se lembra de gravar cassetes da rádio… os primórdios da pirataria!): lembro-me de dar um valor inestimável ao primeiro que tive, que ainda anda cá por casa… Mas realmente, para quem nunca tenha conhecido a realidade das cassetes (pura magia), imagino a reacção. A conferir!

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