Este caso do BPN tem vindo a revelar-se bizarro, se não (até) pelas peças de arte que desaparecem do banco, e episódios “quejandos”, por ter deixado uma mancha de óleo a boiar que se traduz, essencialmente, nas fortes suspeitas que recaem sobre dois notáveis do PSD, do círculo de amizades políticas… do Presidente da República. Se Oliveira e Costa teve o azar de ser o únicos que realmente sentiu a mão pesada da justiça, as suspeitas que vão aumentando sobre Dias Loureiro deixam-me um pouco perplexo, já que, como bem fez notar Daniel Oliveira, 3 dos comunicados do PR sobre este caso centraram-se na defesa do ex-conselheiro de Estado. Este tipo de suspeitas, de “assuntos mal resolvidos”, de promiscuidade institucional não é saudável e deixa-nos sempre de pé atrás, o que a somar a outros Freeports gera uma inevitável desconfiança nas famílias políticas… Que uma ala significativa do PSD e do PS possam funcionar assim é mau, que essa ala ocupe cargos de relevo… é péssimo.
Outro caso interessante foi o rápido desaparecimento “de circulação” da polémica entrevista de Manuela Moura Guedes a Marinho Pinto. Duas notas sobre este assunto: 1) se não fossem os blogs a analisar o assunto, teria quase passado despercebido; 2) apesar da reacção de Marinho Pinto ter parecido, em primeira análise, espontânea, o facto de usar repetidas vezes a expressão “vim aqui denunciar” deixa-nos a pensar se a rábula não foi premeditada, o que de algum modo prejudica a credibilidade (que, como se sabe, não tem andado nos píncaros) de MP. Fica, no entanto, este destaque para um certo corporativismo que fez com que este assunto desaparecesse, rapidamente, dos radares.
A “menina russa” já chegou às europeias, desta vez num comício do partido que vai sendo cada vez menos Popular (confirma-o as sondagens) para passar a ser cada vez mais Populista: depois da cara de enjoo de Nuno Melo a cumprimentar velhotas em feiras e mercados, um bronco qualquer do CDS exige que o Governo interfira para “trazer de volta a menina”. Era só o que mais faltava, que o Governo abrisse um conflito diplomático com a Rússia, depois de ter sido precisamente um tribunal português a conferir a guarda da criança à mãe biológica. Em última análise, este género de captação de eleitorado do “Às 2 por 3” mostra o quão periférico está a tornar-se o CDS, que à falta de programa se dedica a “bordoadas” destas. Enfim.
Para terminar, gostava de dar destaque a um aparente foco de lucidez de Pacheco Pereira, que decidiu, pelo menos uma vez na vida, centrar a sua análise de imprensa em dados objectivos. Desta vez é sobre o sensacionalismo, com o uso repetido do termo “arrasar” por um conhecido diário. A conferir aqui.
“Era só o que mais faltava, que o Governo abrisse um conflito diplomático com a Rússia, depois de ter sido precisamente um tribunal português a conferir a guarda da criança à mãe biológica.”
Não sei sé é ta tua lavra ou se leste, mas…”bingo”!
Não, Zé, como todo o meu trabalho “bloguístico”, isto é um plágio de um cronista do “24 Horas” que por razões óbvias me excuso a identificar 😛
Eheh, não é isso…a pessoa às xs ouve/le coisas com que concorda e pode escrever aqui no meio d1 post. Podia ser o caso…;)