Uma das medidas mais exigidas para estabelecer uma nova ordem económica no pós-crise é um novo paradigma na regulação financeira. Tal passa não só por uma supervisão mais apertada, como também mais abrangente, e não, como agora, restrita a cada mercado nacional.
Esta preocupação deve-se ao facto de esta crise ter sido altamente potenciada pela integração financeira, ou seja, por hoje em dia todas as grandes instituições financeiras terem activos espalhados pelo mundo. Por conseguinte, um problema num país pode – como aconteceu – espalhar-se por todo o mundo.
O engraçado disto é que, tal organismo será no fim desta crise…menos necessário. E aqui está o paradoxo. É que sempre que há uma recessão mundial a integração económica diminui, como consequência do natural proteccionismo em que os países se refugiam (e a que já assistimos hoje).
Isto não é um mero exercício académico. A verdade é que é muito provável que a comunidade internacional no pós crise ‘afrouxe’ a sua determinação, pois será extremamente difícil incentivar alguém a fazer aumentar o raio de acção da polícia quando os criminosos se estão, precisamente, a remeter aos locais de origem. Ainda assim, claro, é necessário implementar um regulador mundial, porque, no longo prazo, vai voltar a haver integração.
Mas a própria história mostra que é muito provável que parte dos erros do passado venham a ser cometidos.
Felizmente…só parte!
P.S. Diz-se ‘paradóxo’ ou ‘paradôxo’?