“(…) Estas coisas, que são divertidas ao início, preocupam-me bastante quando penso melhor no assunto. Não gosto de ver miúdos gordos segregados em manadas em vez de irem para uma colónia de férias normal. Quando eu brincava no recreio da escola, todos os grupos tinham o seu badocha. Não vinha daí mal ao mundo, nem para ele nem para nós. Muitos até se tornaram porteiros de discotecas e hoje prosperam em prisão domiciliária.
Uma daquelas pessoas que se escandalizam com futilidades, como a Maria Filomena Mónica, devia ocupar-se deste tema. As colónias de férias sempre foram lugares em que as crianças se juntam, não em que se separam. Enchê-las de miúdos gordos faz tão mal aos beliches como ao convívio democrático.”
Luís M. Jorge, in A Vida Breve