É Verdade!

Começou a época taurina! Em Setúbal, na Póvoa, em Angra, Elvas, Espinho, Grândola, Viana ou muitas outras, é possível encontrar praças sempre cheias reunindo famílias em volta de um espectáculo popular pelo povo e para o povo Português. Mais engraçado é ser precisamente no Norte do país, zona de povoamento mais denso, com menos campo, onde as praças mais enchem e proporcionam aos aficionados as mais agradáveis tardes ou serões. Isto sem esquecer os Açores, uma das regiões que mais vive a festa! Salvaguardo o crescente número de jovens que se vai encontrando nas praças de há uns 15 anos para cá. Uma prova que se trata cada vez menos de uma festa que apenas interessa a avozinhos se boina e bengala. Cada vez mais uma actividade de todos para todos. Para além disso, é de notar também a maior facilidade em obter informação de horários, cartéis e programas. Para isso contribui a televisão, nomeadamente a 2 com Arte e Emoção e portais como o campopequeno.com, tourobravo.com, etc., cuja consulta sugiro aos interessados em obter informação de cartéis ou até na possibilidade de comprar bilhetes on-line. Aproveitem. Bom Verão e boas corridas!

Sobre Zé Bandeirinha

Não vi nada, não sei nada, nem sequer estava aqui. Nada a ver com isso, quem vier que diga, que não é nada comigo.
Esta entrada foi publicada em Uncategorized com as etiquetas . ligação permanente.

12 respostas a É Verdade!

  1. francisco diz:

    Boa! Também curto, mas já agora podias ter posto os links!

  2. João Torgal diz:

    A ser verdade o que dizes, o facto de cada vez mais gente (incluíndo jovens) gostar de tourada e se divertir à custa do sofrimento dos animais é sintomático do estado do país: desumano e culturalmente ignorante

  3. Miguel Pessoa Vaz diz:

    Outra actividade que tem despertado muito interesse nos jovens é a luta de cães ou de galinhas, vamos todos apioá-la! Nessas lutas ao menos são dois animais da mesma espécie se defrontam livremente, e não há nenhum armado! Aposto que és a favor dessas lutas não, Sr. Zé?

  4. Graças a um dos links que connosco partilhaste, encontrei este interessante excerto:

    Devemos respeitar cada pessoa, aceitar, e se possível como bons cidadãos evitar tomar determinadas atitudes diante de pessoas que nos peçam para não agir de certa forma dada a importância com que são sentidas

    In http://www.tourobravo.com/

    Tentando descortinar a maneira arcaica como isto foi escrito, sou levada a concluir que o respeito que estes bons cidadãos tanto apregoam e defendem, é para ser tido só com as pessoas. Mas não para ser aplicado no momento em que chacinam um animal na praça (para gáudio dos outros bons cidadãos e respeitadores que a tudo assistem). Ah e, fazendo jus a estas sábias palavras, aquele simpático pessoal de Barrancos realmente reagiu muito bem e com respeito, quando lhes foi pedido que não agissem de certa forma!

    P.S.- Espero ansiosamente pelo merchandising da loja do Campo Pequeno, que pelos vistos está “para breve” (yes!): é desta que vou poder ostentar por aí uma t-shirt com um touro ensanguentado, ou talvez pôr uma bandarilha no meu quarto : P

  5. Miguel, mas é como te digo. Eu gosto, mas respeito quem não gosta. Acho que há (deve haver) lugar para todos.

    Quanto à Mariana, a questão é outra. Acho que o mundo não é feito de pessoas que vão à Missa e a Fátima, para depois ir às touradas e beber cerveja e andar à pancada no futebol e se for preciso até escrevem com erros, ou pior, ouvirem Tony Carreira ao volante do BMW; nem de outras que preferem ler, ir ao teatro e a exposições, participar em manifestações contra a guerra e criticar as desigualdades sociais. Antes de mais, de todas estas, a única que não faço é andar sentado no BMW porque não tenho nem nunca quis nenhum. Além disso, tenho uma tendência forte para repelir fortemente tudo o que se ligue a essas teorias. Não é só aqui em comentários, nem em conversas de café ou telejornal que as ouço: é em todo o lado. Quase produto de cultura global (vindo de todos por ninguém em concreto).
    Se o mundo assim fosse, era simples: mandavam metade para o Pólo Norte e a outra metade para o Pólo Sul (ninguém pisava o deserto e enquanto uns se instruiam, os outros dançavam e lutavam).
    No meu caso, esforço-me, acima de tudo, por pensar com a minha cabeça. E por muito que, em todo lado, a imagem que passe seja muito essa dos anjos e dos demónios, dos monárquicos e dos etarros, dos fachos e dos comunas, dos mitras e dos meninos, dos burros com a t-shirt e as bandarilhas e dos espertos com o cartaz ensanguentado. Acho que vivemos num mundo com espaço para bem mais e com lugar para cada um pensar com a sua cabeça e se envolver no que gosta, deixando para os outros aquilo que não lhe agrada a si. Erros lamentáveis e feitos notáveis vêm de todos os lados a qualquer hora.

  6. João Torgal diz:

    Uma coisa que não faz sentido no teu discurso é o argumento do tipo “eu gosto, mas respeito quem não gosta”. Não percebes que a tourada é, para muita gente, muito mais do que uma questão de gosto?. Que para nós é um atentado, põe em causa os direitos dos animais e mexe com os nossos princípios e com a nossa lógica humanista? Como é que vocês se divertem a ver o touro na arena a espumar, a guinchar e meio moribundo? Pessoalmente, a única coisa que me agrada quando há uma notícia sobre tourada é quando ouço dizer que um toureiro foi parar ao hospital, pois é bem merecido Aí sim, gostava de estar na arena a aplaudir de pé a “semi-vitória” do touro neste “jogo” tão desigual.

    Se bem me lembro, foste acerrimamente defensor do não no referendo do aborto. Pela tua lógica, pela tua desvalorização da importância dos princípios morais das pessoas, não devia ter havido referendo. Porque quem era a favor do aborto e o entendesse realizar, fazia-o, quem fosse contra limitava-se a respeitar a vontade de quem o queria fazer (aliás a tua postura nas duas coisas é o cúmulo da contradição: um touro tem bastante mais neurónios que um embrião com 4 ou 5 semanas que não tem actividade cerebral)

  7. Bem…pode ser que falando na tua linguagem seja mais claro. Vai ser um esforço meu e não me peçam para repetir, pois só falo assim uma fez. Se vocês se preocupassem tanto com a vossa lógica humanista quando vão para a porta das arenas mandar paralelos da estrada aos velhinhos que lá vão por ter um costume enraizado na sua cultura, como ao ler um livro, ver um teatro ou uma prova desportiva… Mas não; e não contentes com isso, ainda os insultam a eles, às mulheres, às pobres mães se for preciso. Para além disso, vocês adoram armar confusão e problemas às portas das praças. Ainda há 20 minutos lá estavam todos à porta do Campo Pequeno com direito a um corpo de intervenção para controlar os ânimos e tudo. Se querem ser ouvidos e entendidos como gente, comportem-se como tal.

    Se vocês escrevessem mais na linha do texto do Miguel com que não concordo, mas não insulta: é uma opinião válida, embora eu partilhe…acho que teriam mais credibilidade; agora as teorias soltas Nós/Vós são as do tipo Claque Ultra. E a avaliar pela forma como dão o corpo e voz ao manifesto, parece-me mesmo que é assim que querem ser interpretados (e tratados)…

  8. ERRATA DO ULTIMO PARAGRAFO

    Se vocês escrevessem mais na linha do texto do Miguel com que não concordo, mas não insulta: é uma opinião válida, embora eu não partilhe…acho que teriam mais credibilidade; Mas não, continuem assim a tratar tudo à pedrada, que mais me fazem rir. Mais ainda as teorias soltas Nós/Vós, que são as do tipo Claque Ultra. A avaliar pela forma como dão o corpo e voz ao manifesto, parece-me mesmo que é assim que querem ser interpretados (e tratados)…

  9. João Torgal diz:

    Mas quem são os nós e os vós?? E os eles já agora?? Limitei-me a dar opiniões na linha das do Miguel, ou seja, dizendo que a tourada é uma prática selvagem

    Anda uma grande confusão na tua cabeça. Essa da Claque Ultra é não perceber mesmo do que é que estamos a falar.

  10. António P. Neto diz:

    Bem, acho que vou ter de servir de advogado do diabo, mas… sou forçado a aplaudir o comentário do Bandeirinha ( o 5º comentário nesta discussão, para ser preciso, não estes dois últimos, de que obviamente discordo). Reconheço que há uma certa tendência, neste tipo de discussões, para separar os polícias dos ladrões, o branco do preto, os bons dos maus. Culmina, normalmente, numa festa de celebração de uma qualquer vitória, com bandeiras, pins e crachás, em que obviamente só estarão os vencedores.

    É óbvio que o mundo não está dividido entre o povão ignorante que vai às touradas e a elite que goza com este, que se entretem em exposições e concertos. Mas… eu não reprovo o povão ignorante que vai às touradas, porque acredito que isso não constitua, na sua cabeça, nenhuma afronta aos seus princípios morais. Condeno, antes, as elites instruídas que defendem este tipo de espectáculos sob a égide da tradição que são capazes de marginalizar em diversas situações, em que não lhes parece tão bem (ex: festas da aldeia). As touradas são objectivamente uma grave violação dos direitos dos animais. No entanto, não acho que seja uma causa pela qual me deva bater, já que é um costume anacrónico que, como todos eles, desaparecerá (ex: comer com as mãos; cuidar da higiene pessoal, etc.) naturalmente, com o progresso civilizacional. Isto não significa que todas as tradições devam desaparecer. Um rancho folclórico (que admito não apreciar) não constitui nenhum atentado aos direitos humanos. As festas em honra de N. Senhora de qualquer coisa também não. Para quê acabar com elas?

  11. João Torgal diz:

    Pedro, é lógico que também concordo contigo na questão das coisas não se resumirem “aos bons e maus”. Limitei-me a falar de uma questão muito particular, que é a tourada. E relativamente a esta, estive longe de considerar ser “o povão ignorante” (usando palavras tuas) quem assiste maioritariamente à tourada. Bem pelo contrário. É, muitas das vezes, um “espectáculo” de elites e de socialite (basta ver aqueles fatos ultra sumptuosos para percebermos que, por detrás daquela actividade selvagem, se quer demonstrar que a tourada é uma manifestação de “requinte e bom gosto”). E é precisamente nessas elites que está grande parte da futilidade e da iliteracia, pois a ignorância e o défice cultural e cívico do país estarão bem longe de serem caracteristicas essencialmente das pessoas com menor nível de escolaridade. Bem longe mesmo.

    Assim sendo, gostava de acreditar, como tu, que este “espectáculo” degradante está para terminar em breve. Mas infelizmente não me parece que isso vá acontecer tão cedo

  12. António P. Neto diz:

    Torgal: eu não disse que iriam desaparecer brevemente. Disse que iriam desaparecer naturalmente. São coisas distintas.

Deixe uma resposta para Mariana Dias Cancelar resposta